terça-feira, 14 de abril de 2009

O tempo e a selva, de pedra


Sempre que começa a raiar o dia, lembro das vezes em que vi o nascer do sol do alto de uma montanha. Hoje, aqui na selva de pedra, assisto o nascer do astro rei no vigésimo primeiro andar de um espigão que tenho a honra de docilmente chamar de casa. Como “urbanóide” convicto que sou, não menosprezo as maravilhas feitas pelo homem. Mas, por outro lado, não descarto as que são produto da natureza. Tento perceber as sínteses múltiplas e infinitas que ambas podem gerar. Afinal, como um pólo dialético é dependente do seu oposto, a natureza necessita das criações humanas para que possamos valorá-las cada vez mais.

Nestes momentos busco refúgio nas solidões provocadas pelas temporalidades e suas análises. Tendo a explicar meus tempos através dos ritmos temporais dos outros fenômenos. Einstein, através de sua revolucionária teoria da relatividade, nos ensinou que as viagens que os fótons fazem entre as fontes de luz, os objetos opacos e os nossos olhos, nos iludem sobre a percepção do tempo. Apesar de não alterá-lo, nem muito menos mudar seu ritmo, somos docemente enganados. Nos afastar de um objeto pode mantê-lo como queremos vê-lo, independente do tempo que cruelmente segue seu ritmo.