Comecei o dia como mais uma segunda-feira normal. Fotografar o Corujão da Poesia era uma certeza plena. Errei.
O feriado do comércio impediu-me de imprimir fotos em Niterói e de fotografar os poetas noturnos. Como assumi o compromisso de nunca passar uma semana sem fotografar, vesti as "armas" da noite e procurei registros de imagens.
Fui ao mesmo lugar onde aprendi que as noites do primeiro dia útil da semana podem ser dominadas pela arte: o bar São Dom Dom e seu maravilhoso jazz. Encontrei grandes amigos, convidei outros. Bons papos fluíram sobre a mesa. Poesia, cinema, política, o lindo ato de Dilma com Chico Buarque, Leonardo Boff e a nata da intelectualidade avançada do nosso país.
Seria uma foto desta mesa? Não. A noite prometeu uma surpresa. Um gênio passou pela Cantareira e, humildemente pediu assento. Gustavo “Black Alien”, rapper por ofício, pediu a palavra e um copo de gelada. Bebeu, contou piadas e fez rimas. Lá pelas tantas, saquei a câmera e com tranquilidade e simplicidade de quem fala e também gostar de ouvir, Gustavo se deixou fotografar.
Na certeza de fotografar o Corujão eu errei. Mas fotografei um poeta, com certeza.
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